3.19.2012

TAHUANTINSUYO - BANDEIRA EM FRANGALHOS (IMPÉRIO INCA)




O maior símbolo de um povo, o que há de melhor para representá-lo, é o próprio povo, as pessoas que o formam enquanto sociedade. Assim, os Incas tiveram suas vidas destruídas, praticamente passando para a História como uma lenda, a bandeira dilacerada, as cores do arco-íris em frangalhos...

Deixo a Garcilaso a tarefa de narrar, com propriedade, a respeito do que restara da linhagem Inca, de modo que não haja dúvida.

"A majestade católica que tinha longa e abrangente relação e notícias de tudo o que aconteceu naquele Império, e em particular da morte que deram ao príncipe Tupac Amaru, e do exílio a que condenaram a seus parentes mais próximos, onde morreram todos". (Garcilaso)

"Aos índios de sangue real, que eram trinta e seis homens, os mais notórios e propínquos da linhagem dos Reis daquela terra, desterraram à Cidade dos Reis (1), mandando que não saíssem dela sem licença dos superiores. Com eles enviaram os dois meninos, filhos do pobre príncipe, e a filha, todos os três de tenra idade, o mais velho não tinha mais do que dez anos. Quando os Incas chegaram a Rimac, o Arcebispo don Gerónimo de Loayza, apiedando-se deles, levou a menina para casa para criá-la. Os demais exilados, vendo-se fora de sua cidade, suas casas e natureza, afligiram-se de tal modo que, em pouco mais de dois anos morreram trinta e cinco, entre eles os dois meninos. Além da aflição, ajudou-os a perecer rapidamente a região daquela cidade que está em terra quente e costeira que chamam de planície e tem característica muito diferente da que chamam de serra. E os nativos da serra, como dissemos na primeira parte dessa história, adoecem muito rapidamente ao entrarem nas planícies, como se entrassem em terra empesteada, e assim acabaram, em breve tempo, aqueles pobres Incas."

Garcilaso de la Vega, em 'Historia General del Peru', conta como a linhagem Inca foi extinta, de modo melancólico, como raios de sol na tempestade, em um convento em Alcalá de Henares, na Espanha.
No início do ano 1604, saiu a consulta pleiteada por Don Melchior Carlos Inca que lhe fazia concessão de sete mil e quinhentos ducados de renda perpétua, que se encontravam na 'Caixa' de Sua Majestade, na Cidade dos Reis (1), e que se lhe daria ajuda de custo para trazer sua esposa e casa para a Espanha, e um hábito de Santiago e as esperanças de um lugar na casa real, e que os índios que tinha em Cuzco, herdados de seu pai e avô, fossem colocados na Coroa Real, "e que ele não poderia ir às Índias." Portanto, não há outra maneira de contar a respeito dos Incas, que não seja rasgando a História. Com muita dor, porque a destruição é pior que a morte, já que não deixa nenhum vestígio ao qual agarrar-se. O futuro herdou a laceração de seu povo e eu escrevo isto, agora, para que meu futuro não apague, dentro e fora de mim, completamente, a memória das ruínas que herdamos. Aparentemente, foi uma tempestade tão forte, capaz de romper, para sempre, a aliança do arco-íris, apagando o Sol (*).


"Aos três que restaram, que um deles foi Don Carlos (2), meu condiscípulo, filho de Don Cristobal Paullu, que já mencionamos muitas vezes, ordenou o tribunal (por compaixão) que retornassem às suas casas, porém eles estavam tão desgastados com sua má sorte que, dentro de um ano e meio, morreram todos os três.
Mas não por isso, então, foi consumido o sangue real daquela terra, porque restou um filho do citado Don Carlos, de quem falamos no último capítulo da primeira parte desses Comentários, que veio para a Espanha para receber grandes concessões como lhe foi prometido no Peru. O qual faleceu no final do ano de mil seiscentos e dez em Alcala de Henares, de certeza depressão que teve ao ver-se recluso em um convento, por certa paixão que  teve com outro do mesmo hábito de Santiago.
Faleceu rapidamente de melancolia, de que tendo sido recluso por oito meses pela mesma causa em outro convento, o prendiam, agora, novamente. Deixou um filho, um menino de três ou quatro meses, legitimado para que herdasse a concessão que Sua Majestade lhe havia feito no recrutamento de Sevilha; o qual morreu no mesmo ano, e assim se perdeu toda a renda com a morte do menino para que em tudo se cumprissem as previsões que o grande Huayna Capac lançou sobre os de seu sangue real, e sobre seu Império." (Garcilaso)

"...conheci alguns outros que escaparam daquela miséria. Conheci dois Auquis, que significa infantes; eram filhos de Huayna Capac; um chamado Paullu, que já era um homem naquela calamidade, do qual as histórias dos espanhóis fazem menção; o outro se chamava Titu; era legítimo em sangue; era um garoto, então; do batismo deles e de seus nomes cristãos falaremos em outra parte. De Paullu restou sucessão mesclada com sangue espanhol, que seu filho D. Carlos Inca, meu condiscípulo de escola e gramática, se casou com uma mulher nobre nascida lá, filha de pais espanhóis, da qual teve Don Melchior Carlos Inca, que no ano passado de seiscentos e dois (1602) veio para a Espanha, tanto para ver a Corte como para receber as concessões que lá propuseram que lhe fariam aqui pelos serviços que seu avô fez na conquista e pacificação do Peru e depois contra os tiranos, como se verá nas histórias daquele Império, mas principalmente porque lhe é devido por ser bisneto de Huayna Capac para confirmar o que eu disse acima com o mesmo nome, e não são mais do que dezoito. "

Desse modo, Don Melchior Carlos Inca, neto de Paullu Inca e bisneto de Huayna Capac, foi para a Espanha no ano de mil seiscentos e dois para receber concessões. No início do ano de mil seiscentos e quatro, quando obteve a aprovação de sua petição, pela qual lhe faziam concessão de sete mil e quinhentos ducados de renda perpétua, dinheiro esse que estava na caixa do Rei, em Lima, obteve também ajuda de custo para trazer sua esposa e casa para a Espanha, um hábito de Santiago e a expectativa de um lugar na casa real; os índios que possuía, em Cuzco, herdados de seu pai e avô, passariam para a Coroa Real, e ele não poderia voltar "para as Índias", ou seja, para a América.

Em Sarmiento de Gamboa encontramos ...
"Porque apenas dois filhos de Huayna Capac escaparam da crueldade de Atagualpa (Atahualpa), que eram Paullo Topa, depois chamado Don Cristobal Paullo, e Mango Inga (Manco Inca), eram bastardos, que é o que entre eles é público. E estes, se alguma honra e bens tenham tido eles ou seus descendentes, Vossa Majestade lhes deu o bastante, mas o que eles tiveram, seus irmãos permaneceram no estado e com força; porque haviam de ser seus tributários e camareiros. E estes foram os menores de todos porque eram de linhagem por parte de mãe, que é o que eles estimam, e em nascimento. E ao Mango Inga, por ser um traidor de Vossa Majestade e estar alçado nos Andes, onde morreu ou foi morto, tirou Vossa Majestade, em paz, a seu filho Don Diego Sayre Topa daquelas montanhas de selvagens e o fez cristão e deu asseio e, principalmente ("principalisimamente" foi o termo usado), de comer para ele e seus filhos e descendentes. O qual morreu como cristão, e o que agora está nos Andes, chamado Tito Cusi Yupanqui, alçado, não é filho legítimo de Mango Inga, mas bastardo e apóstata. Antes têm por legítimo a outro, que está com o mesmo, chamado Amaro Topa, que é incapaz, que os índios chamam uti. Mas, nem um nem outro são herdeiros da terra, porque o pai não o foi. A don Cristobal Paullo honrou Vossa Majestade com título e lhe deu um muito bom repartimento de índios, com o que viveu muito principalmente. E agora o possui seu filho Don Carlos. De Paullo restaram dois filhos legítimos, que estão agora vivos, chamados um o tal don Carlos e don Felipe, e fora estes deixou muitos filhos bastardos e naturais, de maneira que os netos conhecidos de Guayna Capac (Huayna Capac), que estão vivos e tidos por tais e principais, são os citados, e além desses são don Alonso Tito Atauche, filho de Tito Atauche, e outro bastardo, que nem uns nem outros têm caução para serem chamados de senhores naturais desta terra. Pelas citadas razões, o direito será dizer daqueles cujo ofício pode determinar uma clareza tão evidente como é o mais justo e legítimo título que Vossa Majestade e seus sucessores têm nessas partes das Índias, conhecido o fato real que é o que aqui está escrito e provado, e especialmente para estes reinos do Peru, sem ponta de cargo no tocante ao tal título que a coroa de Castela tem para elas. Do qual tem sido luz e curioso inquisidor Don Francisco de Toledo, vosso vice-rei nestes reinos... "


"Assim, com a morte de Guascar (Huascar) se acabaram totalmente todos deste reino do Peru e toda sua linhagem e descendência, pela linha que eles tinham por legítima, sem restar homem ou mulher que pudesse ter direito a esta terra, embora tenham sido naturais e legítimos senhores dela, nem mesmo de acordo com seus costumes e leis tirânicas. "(Sarmiento de Gamboa)


Eu não sei até que ponto algumas das fontes são confiáveis​​, até que ponto esses autores escreveram de "ouvir falar", porque a destruição estava por toda parte e a verdade, bem, a verdade é sempre difícil de estabelecer, até mesmo no momento em que os fatos acontecem, enfim... Quanto a Paullu Inca, Sarmiento de Gamboa diz:

"E entre esses filhos de Guayna Capac estava preso um filho de Guayna Capac chamado Paulo Topa (3), o qual, como queriam matar, alegou que não havia nenhuma razão para que o matassem, porque antes ele fora preso por Guascar, por ser amigo e parcial de Atagualpa, seu irmão, e que da prisão de Guascar o havia tirado Chalco Chima. O qual disse a Cuxi Yupangui que dizia a verdade, ele o tinha tirado da prisão de Guascar, e por isso o soltaram e salvou a vida. Mas a razão de ter sido preso por Guascar foi porque ele havia se encontrado com uma esposa sua, e não consentiu alimentá-lo, apenas com pouca coisa, havendo determinado que morresse na prisão, dando a ele comida limitada."

De acordo com o cronista, isso ocorreu na época em que, a pedido de Atahualpa, "Cuxi Yupanqui mandou fincar, muitas estacas de uma parte e outra parte do caminho, que não levavam mais de um quarto de légua no rumo de Xaquixaguana. E então eles tiraram da prisão todas as mulheres de Guascar,... E as mandou enforcar naquelas estacas... e, em seguida, tiraram os filhos de Guayna Capac, que se achavam ali, e também os penduraram nas mesmas estacas. "

De qualquer modo, naquele momento, Paullu soube muito bem livrar-se do risco de morte que corría. Pela primeira vez, mas não última, foi colocado entre duas forças opostas que queriam destruí-lo. E ele soube como escapar em segurança...

"Dos poucos Incas de sangue real que sobraram das crueldades e tiranias de Atahualpa e de outras que depois houveram aqui, há sucessão, mais do que eu pensava, porque no final do ano 603 (1603) escreveram todos eles a Don Melchior Carlos Inca e a Don Alonso de Mesa, filho de Alonso de Mesa, que estava nas proximidades de Cuzco, e a mim também, nos pedindo que, em nome de todos eles, suplicássemos à Sua Majestade os mandasse isentar de todos os tributos que pagam e outras humilhações que como os demais indios comuns padecem.
Enviaram "poder in solidum" (procuração) para todos os três, e prova de sua descendência, quem e quantos (nomeados pelos seus nomes) descendiam de tal Rei, e quantos de tal, até o último dos Reis; e para maior verificação e demonstração enviaram, pintada em uma vara e meia (1 vara = 1,10m) de tafetá branco da China, a árvore real, descendente desde Manco Capac até Huayna Capac e seu filho Paullu. Vinham os Incas pintados em seu traje antigo. Nas cabeças traziam a borla vermelha e nas orelhas suas "orelheiras"; e nas mãos, "sendas partesanas" em vez de cetro real; vinham pintados do peito para cima, e nada mais. A coleção (dossiê) inteira foi dirigida a mim, e eu mandei para Don Melchior Carlos Inca e Don Alonso de Mesa, que residem na corte, em Valladolid, que eu por essas ocupações, não pude solicitar essa causa, que ficaria feliz em empregar a vida nela, pois não poderia ser melhor empregada." (Garcilaso)
"A carta que me escreveram os Incas é com a letra de um deles e muito bonita; as frases ou linguagem que falam, muito dela está de acordo com sua língua e muito também com o castelhano, que já estão todos espanholados; com data de dezesseis de abril de mil seiscentos e três. Não coloquei aqui para não causar pena as misérias que contam de suas vidas. Escrevem com grande confiança (e, assim, acreditamos todos) que, conhecendo-as, Sua Majestade Católica, as mandará remediar e lhes concederá muitos outros favores, porque são descendentes de Reis. Depois de ter pintado as figuras dos Reis Incas, colocam ao lado de cada um deles sua descendência com o título: "Capac Ayllu", que é geração augusta ou real, que é o mesmo. Este título é a todos em comum, sugerindo que todos descendem do primeiro Inca Manco Capac. Em seguida, colocam outro título em particular à descendência de cada Rei, com nomes diferentes, para que se entendam, através deles, os que são deste ou daquele Rei. (Garcilaso)


Paullu Inca sempre foi acusado de muitas coisas, colaborador, traidor, mas, o pior de tudo, inaceitável ​​para um Inca, foi a falsa acusação que lhe atribuíram de oferecer as múmias de seus antepassados ​​para os espanhóis em troca de favores pessoais.
A esse respeito, é suficiente dizer que esses "Mallqui" (múmias) foram levados para Lima só muitos anos depois de sua morte, apreendidos por Polo Ondegardo.
Como parece confirmar o documento de meados de1638, no qual Antonio de la Calancha (Chuquisaca,1548; Lima, 1654) eclesiástico e cronista do Alto Peru, escreve o seguinte: "Estes são os corpos que enviou o Licenciado Polo a Lima, na época do primeiro Marquês de Canhete, e estão em um curral do Hospital de San Andrés ".
A este respeito, Garcilaso conta que em 1559 o Licenciado Polo de Ondegardo confiscou na cidade de Cuzco as que se acredita poderíam ser as múmias dos Incas Wiracocha, Huayna Capac e Pachacutec. Sobre a múmia de Pachacutec o próprio Polo de Ondegardo escreveu o seguinte:

 "Quando descobri o corpo de Pachacuti Inga que foi um dos que enviei ao Marques da Cidade dos Reis (Lima) que estava embalsamado e também curado como todos viram, e encontrei com ele o ídolo principal da província de Andavailas porque ele a conquistou e colocou sob o domínio dos Ingas, quando venceu a Barcuvilca, senhor dela e o matou. "O cronista Acosta acrescenta: "estava o corpo inteiro e bem temperado com um certo betume que parecia vivo. Tinha olhos feitos de uma telazinha de ouro, tão bem colocados que não fazia falta os naturais, e tinha na cabeça uma pedrada que lhe deram em alguma guerra. " 
 Quando em junho de 1537 Manco Inca retirou-se para a região de Vilcabamba, levou a múmia de Huayna Capac com as dos demais Incas a Vitcos. Quando caiu nas mãos do Marechal Orgoñez, a múmia de Huayna Capac foi devolvida à cidade de Cusco e, em seguida, foi entregue a Paullu Inca, que a guardou em lugar secreto. Em 1559 o Licenciado Polo de Ondegardo a encontrou escondida em uma casa em Cusco e, depois de um passeio fúnebre pela cidade, a enviou a Lima com as demais múmias dos Incas.


De acordo com a referência do cronista Lopez de Gómara, Huayna Capac deixou mais de duzentos filhos - de sua segunda irmã Rava Ocllo teve seu herdeiro Inti Cusi Hualpa, conhecido como Huascar. De sua prima Mama Runtu, que se tornou sua terceira esposa, teve Manco Capac. De uma mera concubina de Cuzco teve Paullu Inca.
 
 No último capítulo da "Historia del Peru", Garcilaso de la Vega nos diz o que aconteceu nesses finais incaicos...


 "...O termo e o fim da sucessão dos mesmos Reis Incas, que até o infeliz Huascar Inca foram treze, os que desde o princípio possuíram aquele Império até a ida dos espanhóis. E outros cinco que depois sucederam, que foram Manco Inca e seus dois filhos, Don Diego e Don Felipe e seus dois netos, os quais não possuíram nada daquele Reino a não ser o direito a ele. Desse modo ao todo foram dezoito os sucessores por linha direta masculina do primeiro Inca Manco Capac, até o último dos filhos, que não soube como se chamaram. Ao Inca Atahualpa não o contam os índios entre seus Reis, porque dizem que foi, Auca (inimigo)."

"Dos filhos cruzados desses Reis, embora no último capítulo da primeira parte desses Comentários, tenhamos dado conta de quantos descendentes havia de cada Rei, dos anteriores, que eles próprios me enviaram (como ali eu disse) a memória e cópia de todos eles, outorgando poder a Don Melchior Carlos e a Don Alonso de Mesa e a mim, para que qualquer um de nós os apresentasse perante a majestade católica e ao supremo Conselho Real das Índias, para que lhes fizesse concessões (até porque eles eram descendentes de Reis) de livrá-los das humilhações que padeciam. E enviei à Corte os documentos e a memória (que vieram a mim dirigidos) aos citados Don Melchior Carlos e Don Alonso de Mesa. Porém, Don Melchior, tendo suas reivindicações, pela mesma via, razão e direito que aqueles Incas, não quis apresentar os papéis para não confessar que havia tantos de sangue real. Por parecer a ele que se o fizesse, lhe tirariam grande parte das concessões que pretendia e esperava receber. E, assim, não quis falar em favor de seus parentes, e ele acabou, como foi dito, sem proveito seu ou alheio. Parecendo dar conta desse fato para a minha defesa; para que os parentes onde quer que estejam saibam o que acontece, e não me seja atribuído a descuido ou malícia que não tivesse feito o que eles me mandaram e pediram. Eu gostaria de ter empenhado a vida a serviço daqueles que também merecem, mas não me foi possível, por estar ocupado em escrever esta Historia, que espero não haver servido menos nela aos espanhóis que ganharam aquele Império, que aos Incas que o possuíram."(Garcilaso)

Aqui, também, preciso dizer algumas palavras em defesa de Melchior, que estava recluso em um convento na Espanha, longe de seu lugar de origem, sozinho e deprimido. Garcilaso, acredito que, a fim de pedir desculpas pelo que ele mesmo não podia fazer, tentou colocar a culpa em Melchior, repreendendo-o com força excessiva.

Enfim, para terminar este artigo, uma nota final de degradação e dor...

"Resta contar o fim que teve o Capitão Martin Garcia Loyola,... o qual, como remuneração por haver preso o Inca e por muitos outros serviços prestados à coroa de Espanha, casaram com a infanta, sobrinha desse mesmo príncipe, filha de seu irmão Sayri Tupac, para que desfrutasse do repartimento de índios que esta princesa herdou de seu pai, o Inca. E para sua maior honra e satisfação e serviço da majestade católica, ele foi eleito Governador e Capitão Geral do Reino do Chile,... "(Garcilaso)

A tal princesa ou ñusta, chamada dona Beatriz Clara Coya, era filha de  Diego Sayri Tupac e de dona Maria Cusi Huarcay, neta de Manco Inca e sobrinha de 
Tupac Amaru I. O tal casamento era um prêmio para o capitão Martin Garcia de Loyola por capturar Tupac Amaru I em seu refúgio de Vilcabamba, como foi narrado, por Garcilaso de la Vega, com propriedade.


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(*) Não podemos esquecer que o Sol, para os Incas, é Deus.

(1) Lima, Peru.
(2) Carlos, filho de don Cristóbal Paullu Inca.
(3) Paullu Inca.

BIBLIOGRAFIA
Garcilaso de la Vega, Comentarios Reales.
Garcilaso de la Vega, Historia General del Peru.
Pedro Sarmiento de Gamboa, Historia de los Incas.