12.04.2020







As características geográficas tornam Vilcabamba isolada de tudo: limitada pelo rio Urubamba a leste, os altos picos do Cordilheira Vilcabamba a sudeste, o rio Apurimac a sul e oeste, e ao norte pelos rios Cosireni e Alto Urubamba, onde a densa floresta derrama-se sobre a Bacia Amazônica. Região extremamente acidentada, de colinas cobertas de florestas, desfiladeiros profundos, picos nevados e pântanos. A terra plana é rara - trilhas estreitas se retorcem, subindo e descendo, ao longo das encostas com vista privilegiada para os rios e para os vales. Bem acima de dois mil metros de altitude, o ar fica "rarefeito" e as noites são bem frias.  
À medida em que a história desta região foi se revelando,  as ruínas da cidade de Vilcabamba puderam ser encontradas. Os novos relatos e informações disponíveis dos últimos tempos acrescentam fachos de luz à mente na tentativa  de entender os capítulos finais da história de destruição e morte da conquista espanhola nos Andes.

Até instalar-se em Vilcabamba, Manco, a quem Pizarro, em 1533, colocara como Inca depois da morte de Atahualpa, viveu dois anos antes de rebelar-se contra os espanhóis, em 1536, sitiando Cusco e ameaçando Lima, instalando-se no Vale de Yucay, ao norte de Cusco.
A noroeste desse vale, havia a fortificação de Ollantaytambo e ele, ao mudar-se para ela, logo se deu conta de que a proximidade com a cidade de Cusco e com a cavalaria espanhola os tornava vulneráveis demais. Após uma tentativa frustrada nas florestas a leste do Lago Titicaca, as forças de Manco rumaram pela estrada Inca, atravessaram o Passo Panticolla, atingindo a região do Urubamba, atravessando a Ponte Chuquichaca, principal entrada da região de Vilcabamba, que passou a ser a entrada principal do Império Inca naquele momento.
Cruzaram a ponte, seguindo para oeste, ao longo do rio Vitcos (1) chegando à cidade fortificada de mesmo nome.
Do alto de uma altura de dois mil oitocentos e cinquenta metros, Vitcos proporcionava uma visão plena do vale do rio Vitcos e da cidade de Pucyura.
Manco e seus conselheiros consideraram que esse era um lugar inacessível e que ali estariam seguros.
Talvez fosse, se tivessem destruído a Ponte Chuquichaca, logo depois de a atravessarem.Talvez. Pelo menos, assim, o ¨conquistador¨ Rodrigo Orgonez não os teria seguido até Vitcos.
Enquanto Manco levava a vida de um fugitivo, seu meio-irmão Paullu era saudado como o novo Inca pelos espanhóis em Cuzco.



(1)hoje Vilcabamba