Famílias e mais famílias de gramíneas
formando tufos ou densos grupos de caules
com folhas rígidas, pontiagudas, tubulares ou enroladas,
tufos nos quais as folhas mortas são mantidas
e apodrecem na planta junto aos colmos,
isolando botões e folhas jovens das temperaturas extremas,
da radiação, da evaporação e do calor dos incêndios.
Regeneração por meio de botões vegetativos rentes ao solo,
onde tufos são muito densos e os rebentos vivos
encontrados juntamente com colmos e folhas mortas.
Tufos que protegem os botões vegetativos.
A inflorescência típica das gramíneas,
fazendo-se presente em algumas ciperáceas,
formada por espigas muito curtas,
espiguetas com uma ou diversas flores,
agrupando-se em inflorescências compostas,
em forma de espiga ou em panículas.
Panículas de ramos desnudos na base,
lâminas involutas escabrosas; rígidas.
Família de Ciperáceas, composta de ervas,
rizomatosas, caules triangulares na transversal,
talvez sem folhas acima da base.
Plantas herbáceas,
perenes
escandentes, arbustivas,
graminiformes.
Folhas alternas, trísticas, com corpos silicosos, cônicos;
compostas de bainha e lâmina.
Bainha fechada, lâmina simples, inteira e minimamente serreada,
com venação paralela, nervuras lineares, achatadas;
estípulas ausentes, talvez, como as lígulas.
Pequenas espigas em complexo arranjo nas inflorescências,
espiguetas de flores bissexuais ou unissexuais,
cada uma subtendida por uma bráctea.
Tépalas ausentes ou reduzidas a poucas escamas,
aristas ou pelos.
Flores sem atração visual,
actinomorfas, aclamídeas,
em geral com um a três estames,
anteras rimosas, nectários ausentes.
Entrementes,
cultivadas como ornamento ou produção de papel,
de fibras, como o junco, o papiro.
Seria uma adaptação ao fogo, no ambiente dos páramos,
a forma de crescimento em tufos,
quando em áreas livres de perturbação
as gramíneas podem atingir até um metro e meio
com cobertura de cem por cento?
Plantas herbáceas ou arbustivas
com caules prostrados radicantes ou sem raízes.
São aquelas plantas herbáceas rizomatosas
formando ramos foliosos mais ou menos distantes uns dos outros,
como uma colônia liberta.
Plantas com estruturas subterrâneas de reserva
com um ou mais brotos de renovo.
Padrões de crescimento adaptativo
pois a jalca está sujeita a uma estação chuvosa e outra seca
e baixas temperaturas, mais ou menos prolongadas.
Os órgãos subterrâneos armazenam água
e substâncias de reserva durante a estação chuvosa,
quando a planta gera órgãos aéreos, como folhas, flores,
para sintetizar essas substâncias como mágoas.
Mas, se os ventos soprarem seus alentos
nos páramos ou nas jalcas,
arrepiando herbáceas que crescem mais verdes nos meses de chuva
e mais amareladas na época da seca,
arrepiando-as como pelos eriçados nos braços da terra.
Crescem nas pastagens, nas encostas, nos planaltos,
em margens de rios, falésias, rochas,
adaptando-se, resistindo às secas,
às terríveis nevascas na época das chuvas.
Plantas herbáceas ou arbustivas
de caules prostrados radicantes ou sem raízes.
São aquelas rizomatosas de ramos foliosos,
mais ou menos equidistantes, como uma colônia liberta (1).
E se formos amarrar o passado
com metros e metros de cordas de Llampu,
feitas com essas folhas muito finas e retas,
flexíveis em contacto com a água (2),
com as quais ainda hoje pontes são construídas.
Vamos cobrir telhados com as folhas da Huaylla (3)
melhor de todos os ichus, crescendo nas zonas úmidas fa
com uma cor diferente da planta que cresce nas pastagens.
E, ao correr sobre campos cobertos de Puna,
crescendo rente ao solo como forragem nas pastagens,
pequena, com seus vinte centímetros de altura,
diferenciada da Carhua, que cresce em zonas úmidas,
por suas flores maiores.
Quando o vento tocar os telhados,
será que iremos nos lembrar?
Usado durante séculos para cobrir as casas,
o ichu é cortado e sacudido até três vezes
antes de ser usado assim,
quando, amarrado com cordas da mesma planta,
chamadas Q'eswa,
palha e cordas feitas do mesmo ser.
O vento alisa suas folhas pontiagudas e longas
sobre a amplidão das paisagens das terras altas,
onde há de crescer nas pastagens, nas encostas,
nos planaltos, nas margens dos rios, nas falésias e rochas,
adaptando-se,
resistindo às secas
ou às terríveis nevascas na época das chuvas.
(1) É o caso da herbácea Ascidiogyne sanchez-vegae, perto de zonas húmidas, e de outras espécies sublenhosas como Miconia chionophilla, Dysterigma empetrifolium, Baccharis caespitosa e Pernettya prostrata.
(2) A ponte Q'eswachaka em Cusco que é inteiramente construída pela ichu.
(3) Calamagrostis recta (Kunth) Trin. ex Steud. Espeécie afím a Calamagrostis intermedia, ambas constituem os elementos florísticos mais importantes nas pastagens da puna. Algumas vezes é usada como forragem a partir de tenros brotos. Nome comum: Huayllaichu. Outros gêneros e espécies importantes são Carex e Uncinia (Cyperaceae), Cortaderia spp., Festuca dolichophylla, F. tolucensis, Stipa spp. e Lorenzochloa erectifolia (Poaceae).