Estreia daqui a pouco no YouTube.
1.30.2025
1.22.2025
Descobrindo a importância do Amaranto na culinária do Império Inca.
INTIP CHURIN - FILHOS DO SOL- O TRIGO E A PALHA
1.17.2025
FILHOS DO SOL (CAPÍTULO VI)
Eu me afastara dos outros por conta das espécies botânicas que eu, como uma criança que abre presentes, estava descobrindo. Uma após outra, iam me conduzindo para longe do acampamento, espécies que eu só vira no banco de dados do Kew Gardens. O banco de dados do Kew Gardens oferece informações botânicas de uma enorme diversidade de espécies. Era o local que eu costumava frequentar para satisfazer minha necessidade de conhecimentos botânicos, satisfazendo-me com seus dados recheados de nomes científicos e áreas de origem das espécies.
Agora, eu me sentia realmente perdido na paisagem, por dentro e por fora, literalmente engolfado no verde composto dos arbustos e gramíneas que formam os páramos, a uns três mil metros, talvez. Eu já perdera a noção de meu próprio espaço, a altitude começava a moldar meus sentidos e os pensamentos já não eram tão seguros quanto eu achava que fossem.
Eu mal me lembrava de onde havíamos começado nossa jornada, não conseguia lembra-me do número de dias que já havíamos vencido. Mas, lembrava-me perfeitamente de que o Corredor Ecológico Llanganates-Sangay começa nos páramos gelados, entre dois mil e oitocentos e quatro mil metros, antes dos topos nevados de maior altitude, e de que era composto de arbustos e gramíneas, o que me levava a pensar que, talvez, estivéssemos ainda no começo da nossa aventura. No entanto, as vastas montanhas coloridas de cor escura manchada de amarelo pareciam feitas de distante sonho, agora que os meus passos resvalavam na lama escondida sob o tapete de musgo e a gravidade parecia me arrancar dos meus passos e eu continuava descendo por uma paisagem misturada de lagoas, páramos e rios, lembrando-me de que, seguramente, isso só seria possível se estivéssemos a uns mil metros de altitude, onde, desde o começo, tudo é água e estreitos caminhos de pedra e terra nos permitem adentrar essa região de montanhas, pântanos andinos e estonteantes paisagens.
Eu descia tão depressa que o meu pé resvalou em uma pedra polida e eu cai, dando uma cambalhota, indo parar deitado de costas, minha cabeça escorregando no sentido contrário das alturas e os pés no rumo do topo. Fiquei deitado assim, olhando o céu, estranhamente azul, azul demais, enquanto uma luz intensa moldava os arbustos de um verde profundo, emoldurando minha visão periférica.
Lenbrava-me de ter visto o que parecia ser uma lagoa escondida na neblina, mas quando fora isso? Ontem? Sim, a mil e duzentos metros de altitude há lagoas na paisagem verdejante escondidas na neblina. Lembrei-me de que havíamos esboçado um mapa no qual escrevêramos instruções de que, em algum momento, estáríamos seguindo as águas do rio Ana Tenório, no Parque Llanganates, onde os páramos se convertem em florestas com árvores de até 8 metros.
Comecei a ouvir o vozerio confuso e alto das vozes que se chocavam umas com as outras e reconheci o sotaque dos guias e a fala dos companheiros, ainda que não entendesse nada do que diziam. De repente, o silêncio gritou mais alto e a noite desceu de uma vez, caindo sobre mim como um manto negro e pesado. No entanto, em um clarão repentino, minha dificuldade em ver passou a ser devido à observação direta de uma repentina luz de forte brilho, como a luz direta do Sol, talvez refletida, não sei, nunca soube, nunca saberei.
Sentei-me, como pude, as dores acumuladas de tantos percalços confundindo minhas sensações. Eu vi de relance alguém que eu não conhecia, por um breve momento, breve o bastante para deixar-me em dúvida do que eu vira, como um raio de luz na escuridão. Era um homem alto e atlético, uma figura imponente e terrível, embora de um semblante sereno e, não sei por que, eu me lembrei de Rumiñahui.
Ao saber da morte de Atahualpa, Rumiñahui rumou para o leste, para as Montanhas Llanganates, para a sombria região de pastagens remotas e enevoadas, lá escondendo todo o tesouro em uma caverna impossível de ser encontrada. Rumiñahui foi capturado e torturado pelos espanhóis, sem ter jamais revelado a localização do tesouro de Atahualpa que havia escondido.
1.12.2025
A FORTALEZA VERMELHA - PARTE 1
(2) Puca Pucara.
(3) Campo de Panti (cosmos)
color encarnada
86. PANTI; ID. Holguín Cosmos peucedanifolius var tiraquensis (Kunth) Scharff (Fam. Compositae) PANTI Planta herbácea, anual, de folhas muito divididas, flores de cor vermelha. Cresce no desfiladeiro de Apurimac. Cultiváveis como planta ornamental, suas flores são usados como um sudorífico. Nas festas de carnaval, que substituíram as que celebravam entre os incas para incentivar a procriação das llamas, os índios usam as flores de panti em forma de mistura para atrair prosperidade. O povoado de Pantipata, que significa "uns andenes e, neles, flores vermelhas." (GIR 207, II).
“Panti-flor vermelha, símbolo de ternura” (Holguín)
--Outros estudos feitos com Panti: Especímes examinados: Sra. A. F. Bandelier 18, alt. 12,500 feet(pés), Titicaca, Lago Titicaca, Bolivia, 1905 (N. Y.; nomen incolarum; aymaranarum, Panti-Panti); CL Gay, Departmento de Cuzco, Peru, October, 1839-February, 1840 (Par. tipo de Cosmos subpubescens Wedd.) F. L. Herrera, alt. 3,000-3,600 metros, Cuzco, Peru, July, 1923 (U. S.); idem 1025, alt. 3,700 metros, Hacienda Churu, Provincia de Paucartambo, Departmento de Cuzco, Peru, enero (e pittacio lectoris ipsius), 1926 (Field; Gray, 2 sheets; Mo.; N. Y.; U. S.; nom. vulgare, Panti) em lugares não cultivardos, terrenos com matas(arbustos), etc, perto de Sorata, nos terrenos de mato por toda parte, perto de Sorata, janeiro-marçoo de 1859 (Del.; Gray; N. Y.) A. Mathews, Provincia de Chachapoyas, al norte del Peru (Gray, 2 folhas; material tipo de C. marginatus Klatt); A. Weberbauer 6S81, Peru, 1909-1914 (Field); idem 7597, alt. 3,600 metros, na estepe de gramíneas com arbustos de dispersão, Valle de Yanahuajra, Provincia de Huanta, Departmeno de Ayacucho, Peru,18 de marzo de 1926 (Field).
1.10.2025
A importância do casamento na sociedade incaica.
Casamentos no Império Inca: Uma Celebração de Unidade e Tradição
Conhecidos por sua sociedade avançada e rica herança cultural, os Incas também tinham tradições únicas em torno do casamento e da vida familiar. Os casamentos desempenhavam um papel crucial na sociedade Inca, simbolizando unidade e continuidade dentro de suas comunidades. Enraizados na praticidade e guiados por normas sociais, os casamentos Incas refletiam os valores e costumes de uma das maiores civilizações da América pré-colombiana.
Casamento como uma Instituição Social
Para os Incas, o casamento não era apenas uma união pessoal, mas também uma expectativa social. Esperava-se que a maioria dos homens e mulheres do povo Inca se casasse, pois as unidades familiares eram essenciais para manter o estilo de vida agrícola e comunitário que sustentava o império. Os homens geralmente se casavam no início dos vinte anos, enquanto as mulheres no final da adolescência.
Quando falamos de Incas, precisamos pontuar que Inca era uma família poderosa que governava um "império". Os Incas dominavam a América do Sul, antes da chegada dos espanhóis. O império se estendia, a partir de Cusco, atual Peru, em todas as direções, alcançando Chile, Argentina, por exemplo. Precisamos lembrar que o "Império Inca" era multiétnico e tinha uma sociedade hierarquizada. A família do Sapa Inca, o "imperador", era considerada nobre, mas também havia uma nobreza que era nomeada por ele.
O casamento também era um meio importante de estabelecer alianças dentro do ayllu, a unidade social e econômica básica da sociedade Inca. Os ayllu, um grupo de famílias que trabalhavam juntas em terras comunais, dependiam dos casamentos para fortalecer os laços e garantir a sobrevivência do grupo.
O Processo de Casamento
Os casamentos Incas eram frequentemente arranjados, embora houvesse espaço para escolha pessoal dentro de certos limites. Pais ou líderes comunitários normalmente desempenhavam um papel significativo na seleção de parceiros adequados, considerando fatores como status social, habilidades e compatibilidade. No entanto, os indivíduos podiam expressar suas preferências, e o acordo mútuo era um componente essencial da união.
O processo de casamento começava com um acordo formal, geralmente marcado por uma cerimônia simples. Em alguns casos, os casais participavam de um período de teste conhecido como "servinakuy", onde viviam juntos para testar sua compatibilidade. Se o arranjo fosse bem-sucedido, a união era finalizada por meio de uma cerimônia de casamento.
Rituais e costumes de casamento
As cerimônias de casamento variavam dependendo da região e do status social do casal, mas os temas comuns incluíam o envolvimento da comunidade e atos simbólicos. Os rituais enfatizavam os aspectos práticos e espirituais do casamento, alinhando-se com a visão de mundo dos Incas.
Uma tradição fundamental envolvia a troca de presentes, como tecidos, alimentos ou ferramentas, simbolizando o compromisso do casal em compartilhar responsabilidades e recursos. Outra prática comum era o ato simbólico de amarrar as roupas do casal, representando sua unidade e interdependência.
A festa de casamento era uma parte central da celebração. Os membros da comunidade se reuniam para compartilhar comida e bebida, muitas vezes incluindo uma bebida fermentada de milho (chicha) e pratos tradicionais. Música e dança aumentavam a atmosfera festiva, reforçando o espírito comunitário do evento.
Para casamentos nobres ou reais, as cerimônias eram mais elaboradas e frequentemente tinham implicações políticas. Essas uniões podiam solidificar alianças entre diferentes regiões ou ayllus, fortalecendo ainda mais a coesão do império.
Papéis e responsabilidades na vida conjugal
A sociedade Inca via o casamento como uma parceria em que ambos os cônjuges contribuíam para a casa e a comunidade. Os homens eram tipicamente responsáveis pelo trabalho agrícola, pastoreio e construção, enquanto as mulheres administravam as tarefas domésticas, incluindo tecelagem, preparação de alimentos e criação dos filhos. Essa divisão de trabalho garantia o bom funcionamento da casa e do ayllu mais amplo.
Os Incas davam grande importância ao respeito mútuo e à cooperação no casamento. O divórcio era raro, mas permitido em certas circunstâncias, como infertilidade ou conflito persistente. Líderes comunitários ou anciãos frequentemente mediavam disputas, refletindo a abordagem coletiva para a resolução de problemas na sociedade.
Significado espiritual e cultural
Tendo sempre em mente a diferença que havia entre Incas de sangue, outros menbros das panacas (parentes do Inca), incas de privilégio (pessoas importantes pelos serviços prestados, como sacerdotes e chefes), o povo m geral, como camponeses, os mitimaes (grupos enviados para colonizar novas regióes, ensinando língua e costumes) e mesmo os servos do Inca e do império, tendo em mente tudo isso e a"administração" dessas diferenças, o casamento entre os Incas estava profundamente entrelaçado com crenças espirituais. Os Incas acreditavam que a união de dois indivíduos refletia a harmonia da natureza e do cosmos. Os rituais frequentemente incluíam oferendas aos deuses, buscando bênçãos para fertilidade, prosperidade e harmonia.O conceito de dualidade, ou "yanantin", era central para o pensamento inca e se refletia no casamento. Este princípio enfatizava o equilíbrio e a complementaridade, vendo a parceria entre marido e mulher como um reflexo da interconexão do mundo natural.
Conclusão
Os casamentos entre os Incas enquanto povo eram mais do que marcos pessoais; eram eventos cruciais que reforçavam a estrutura social, os valores culturais e as crenças espirituais. Ao enfatizar o envolvimento da comunidade, o respeito mútuo e a harmonia com a natureza, os Incas criaram uma tradição conjugal que era prática e profundamente significativa. Esses costumes oferecem um vislumbre da rica tapeçaria da vida em uma das civilizações mais fascinantes da história.
Conta uma antiga tradição Inca que Huascar Inca, solenemente, com suas próprias mãos, calçou uma sandália no pé direito da eleita de seu coração, ao torná-la sua legitima esposa.
"Casa-te com teu igual." -provérbio Inca. (Varela, 1945).
Você pode ler sobre o casamento do Inca Huascar nesse mesmo blog:
https://princesinhadisol.blogspot.com/2012/02/huascar-e-chuqui-huipa-bodas-de-sonho.html
1.08.2025
Machu Picchu: uma maravilha atemporal do mundo antigo
Tantas vezes referida como a “Cidade Perdida dos Incas”, Machu Picchu é muito mais do que uma cidadela do século XV situada no alto da Cordilheira dos Andes, no Peru, pois continua a cativar a imaginação de milhões de visitantes todos os anos. Reconhecida como Patrimônio Mundial da UNESCO em 1983 e declarada uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo em 2007, Machu Picchu é ao mesmo tempo um tesouro histórico, uma maravilha da engenharia antiga, mais que uma inspiração, um despertar de alma.
Uma Breve História
Cercada por exuberantes florestas nubladas e íngremes encostas de montanhas, Machu Picchu é uma impressionante fusão de beleza natural e habilidade humana. Um sopro divino na realidade.
A cidadela pode ter sido construída durante o reinado do imperador inca Pachacuti (1438–1471). Alguns historiadores acreditam mesmo nisso e que teria servido como propriedade real e retiro religioso, combinando elementos de vida cerimonial, agrícola e residencial. Pode ser. Eles acreditam também que fora abandonada no século XVI, provavelmente devido à conquista espanhola. Fato é que o local permaneceu escondido do mundo exterior até que o explorador americano Hiram Bingham o redescobriu em 1911. Isso nos faz pensar que a localização remota da cidadela, situada a aproximadamente 2.430 metros acima do nível do mar, verdadeiramente contribuiu para a sua preservação ao longo dos séculos. Será?
Significado Cultural
Machu Picchu parece ter sido mais do que apenas um espaço físico; uma espécie de centro espiritual. Os Incas acreditavam que seu império estava conectado ao cosmos, e o traçado de Machu Picchu reflete essa crença. As principais estruturas se alinham com eventos celestes, como solstícios e equinócios, ressaltando o conhecimento avançado dos Incas em astronomia.
Uma relação harmoniosa entre o homem e a natureza que a cidadela parece simbolizar. Os Incas reverenciavam o seu ambiente e as suas escolhas arquitetónicas demonstram um profundo respeito pela paisagem natural, pois tudo era uma eterna celebração no Império do Sol.
Uma maravilha do mundo moderno
Impressionados com a atmosfera serena de Machu Picchu e suas deslumbrantes vistas, suspensas sobre profundos abismos, os visitantes frequentemente querem retornar, Os picos circundantes, como Huayna Picchu e Putucusi, oferecem vistas panorâmicas que realçam o fascínio místico do local.
Milhões de turistas anualmente visitam Machu Picchu, tornando-a um dos sítios arqueológicos mais visitados do mundo. Para preservar o seu legado, estão em vigor medidas rigorosas de conservação, incluindo limites ao número diário de visitantes e regulamentos em rotas de trekking como a famosa Trilha Inca.
Maravilhas arquitetônicas
A arquitetura de Machu Picchu mostra as habilidades avançadas de engenharia dos Incas e o profundo conhecimento de seu ambiente. O sítio está dividido em duas seções principais: o setor agrícola e o setor urbano.
Setor Agrícola: Os terraços, plataformas cortadas nas encostas das montanhas, de espaço em espaço, formando degraus, permitiram aos Incas cultivar culturas como milho e batata de forma eficiente, evitando a erosão do solo. Esses terraços também serviam como sofisticado sistema de drenagem, protegendo a cidadela das fortes chuvas.
Setor Urbano: Esta área contém as estruturas mais emblemáticas da cidadela, incluindo o Templo do Sol, a Pedra Intihuatana e a Sala das Três Janelas. O Templo do Sol, dedicado ao deus Sol Inca, Inti, apresenta intrincados trabalhos em pedra e alinhamentos astronômicos. A Pedra Intihuatana, muitas vezes chamada de “poste de amarração do Sol”, era usada para observações solares e cerimônias religiosas.
Os Incas empregavam uma técnica chamada alvenaria de silhar, encaixando pedras sem argamassa com tanta precisão que nem mesmo uma folha de grama conseguia passar entre elas. Este método não só demonstra a sua capacidade arquitetónica, mas também garante a resiliência das estruturas contra sismos.
Conclusão
Machu Picchu é mais que um sítio arqueológico; é uma porta de entrada para o passado, uma celebração da engenhosidade humana e um lembrete da ligação duradoura entre a humanidade e a natureza. A sua beleza intemporal e o seu significado histórico fazem dela uma maravilha que continua a inspirar admiração e curiosidade em todos os que a visitam. Seja vista como uma obra-prima da engenharia ou um refúgio espiritual, Machu Picchu continua sendo uma joia do mundo antigo, merecendo seu lugar na história e nos corações daqueles que viajam até suas alturas.
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Atahualpa foi o décimo terceiro Imperador Inca e é considerado, por alguns historiadores, o último imperado...