"Waqanki...Waqanki...Waqanki..." (1)
Conta a lenda que...
Durante uma cerimônia de premiação do Exército Inca, que retornara vitorioso de uma campanha, uma das princesas apaixonou-se por um dos jovens oficiais que, também, a amou muito.
Não demorou nada para que o Inca fosse informado do que estava acontecendo. Irritando-se profundamente por saber que um homem comum ousara envolver-se com uma das princesas, ele, então, ordena sua prisão e morte.
A princesa, desesperada, intercede junto ao Inca e ele concede o perdão ao jovem, poupando-lhe a vida. No entanto, nada satisfeito com toda essa história, envia o jovem oficial, junto com um pequeno destacamento, para reprimir uma rebelião em uma área do Antisuyo, nos confins da floresta amazônica, pois tinha certeza de que seria uma missão impossível e que o final da história seria sua morte.
A bela princesa, louca de dor, corre, pela floresta, em busca de seu amado, chorando, sem consolo.
E por onde suas lágrimas caíam, uma flores lindas iam desabrochando... Desde esse momento, as flores dessa espécie são conhecidas por Orquídeas Waqanki.
A tradição oral de Cusco conservou a Lenda de Waqanki como o desabrochar da Masdevallia Veitchiana, em cujas pétalas se pode ver uma corrente de gotículas.
Os Incas cultivavam as orquídeas, flores bastante comuns nos Andes. O cronista Felipe Guamán Poma de Ayala, em 1615, descreveu a esposa do Inca Sinchi Roca, Chimbo Urma Coya que tinha, nas mãos, ramalhetes de "flores inquilcona"(orquídeas) e possuía, também, um jardim. Em idioma quéchua usa-se "inkill" para orquídea e a terminação "cona" para designar o plural.
As culturas pré-colombianas dos Andes deram nomes às orquídeas em idiomas nativos. Uritu para a Lycaste, Gaiwampu para a Oncidium, Shacashaca para o Pseudobulbo, Wapagana para a Sobralia, Waqanki para a Masdevalia, Inkill para a Sobralia Altíssima.
A Masdevalia veitchiana obteve o prêmio "Certificado de Primeira Classe" outorgado pela "American Orchid Society".
(1) (quéchua: tu chorarás....)