No noroeste argentino, nos Vales Calchaquies, os diaguitas desenvolveram uma rica cultura. Resistiram, por mais de cem anos, ao avanço espanhol: guerras Calchaquies, nas quais se destacaram os líderes Kipildor (Quipildor), Viltipoco (1561), Chalemin, Juan Calchaqui, Koronhuila ( chamado pelos espanhóis de Coronilla).
O povo Diaguita foi uma das culturas indígenas mais influentes da região andina, habitando principalmente o noroeste da Argentina e o norte do Chile. Conhecidos por sua habilidade na cerâmica, na metalurgia e na agricultura, os Diaguitas mantiveram uma organização social complexa e uma forte resistência contra invasores.
A Sociedade e Cultura Diaguita
Os Diaguitas viviam em comunidades organizadas, onde a agricultura desempenhava um papel central. Cultivavam milho, quinoa e batatas, além de criarem lhamas para transporte e consumo. Sua cerâmica era rica em detalhes e possuía padrões geométricos distintos, refletindo sua identidade cultural. Além disso, eram habilidosos na metalurgia, trabalhando principalmente com cobre, prata e ouro.
A estrutura social diaguita era composta por chefias locais que exerciam autoridade sobre pequenas aldeias. Eles possuíam um forte senso de identidade e resistência, o que os levou a enfrentar tanto os incas quanto os conquistadores espanhóis.
A Influência e Dominação do Império Inca
Durante o século XV, o Império Inca iniciou sua expansão sobre territórios ao sul dos Andes, incluindo as regiões habitadas pelos Diaguitas. O contato entre esses dois povos resultou em uma mistura cultural, mas também em conflitos.
Os incas, liderados por Tupac Yupanqui, impuseram seu sistema administrativo e cultural sobre os Diaguitas, construindo também estradas e centros administrativos que integravam a região ao império. Apesar disso, os Diaguitas não aceitaram passivamente essa dominação e organizaram diversas revoltas, tornando-se conhecidos por sua forte resistência.
Apesar de terem mantido traços distintos de sua própria cultura, a presença inca influenciou a sociedade diaguita de várias formas, desde técnicas avançadas de agricultura em terraços até a introdução de novas práticas cerimoniais e religiosas. Percebe-se, nitidamente, essa influência, ao buscarmos por sua presença na história...
Legado dos Diaguitas
Após a chegada dos espanhóis no século XVI, os Diaguitas enfrentaram uma nova ameaça e, mais uma vez, lutaram bravamente para preservar sua identidade. Muitos foram escravizados ou exterminados, mas sua cultura e tradições continuam vivas através de seus descendentes.
Atualmente, a influência diaguita pode ser observada em diversas manifestações culturais da região andina, incluindo a arte, as práticas agrícolas e as lendas, como a da pedra rodocrocita, considerada um símbolo de amor e sacrifício.
Atualizando os números, segundo o Censo Nacional de Populações da Argentina, em 2010, há 67.410 pessoas que se consideram pertencentes ao grupo étnico dos diaguitas, na província argentina de Catamarca, Salta, Santiago del Estero, La Rioja e extremo noroeste de Tucumán.
O povo Diaguita deixou um legado de coragem e resistência, demonstrando a importância de sua história na formação cultural da região andina e na interação com o poderoso Império Inca.